Gastronomia

Os melhores restaurantes italianos em Lisboa

Esqueça o Marco Bellini e embarque numa viagem pela verdadeira cozinha nos melhores restaurantes italianos em Lisboa.

Inês Garcia e Tiago Neto

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A viagem é longa. Do norte ao sul, de costa a costa, Roma, Nápoles, Milão, Génova, a gastronomia italiana em Lisboa chega de todos os pontos, mas para lhe chegar não precisa de aviões. E desengane-se quem pensa que Itália é só sinónimo de pizza. Pastas, risotos, polentas, ossobucos, lasanhas, tudo tem espaço nas cartas, sem esquecer as burratas, focaccias e os preceitos associados. A massa de fermentação lenta, pasta fresca, ou sobremesas como tiramisù e pannacotta. Nos últimos anos há cada vez mais – e melhores – espaços que nos trazem o melhor da cozinha do país em forma de bota e nós agradecemos. A lista abaixo dá-lhe alguns dos melhores sítios da cidade para treinar o sotaque italiano enquanto gesticula de prazer a cada garfada. São os melhores restaurantes italianos em Lisboa. Mamma Mia!

1. Il Covo

Já não é propriamente um segredo da cidade e assumimos parte da culpa. Mas ainda bem, porque a comida italiana que Luca Salvadori serve por aqui é autêntica. O Il Covo fica no meio da Madragoa e todos os dias a meio da tarde se faz pasta fresca para pratos como a mais clássica carbonara com guanciale, ovo e queijo, ou os triangoloni neri recheados com burrata Há muitos outros que nem sequer têm lugar fixo na carta – os de peixe, por exemplo, vão variando consoante o que de mais fresco houver no mercado. O tiramisù é um espectáculo final imperdível, feito à frente do cliente num carrinho de sobremesas.

2. Ruvida

No Ruvida – "áspero" na tradução para português – o dia começa com um pedaço de massa de tamanho considerável e tudo é feito à mão. Valentina, uma das figuras do negócio, define o conceito como uma cozinha atípica que procura trazer receitas ultra tradicionais só possíveis de encontrar em determinadas zonas de Itália, numa viagem que quer, aos poucos, dar a provar todo o país. Começou com apostas na gastronomia do Norte, mas a sazonalidade é um factor que aqui levam bem a sério. Alfredo Lacerda, crítico da Time Out, aprovou com cinco estrelas.

3. Lupita

Pizza não tem de ser uma coisa complicada. E farinhas e ingredientes italianos não são garantia de qualidade absoluta. Duda Ferreira abriu uma pizzaria no Cais do Sodré para demonstrar isso mesmo, enfrentando de caras quem não gosta de ananás na pizza e quem ainda pega em talheres para a comer: na Lupita as pizzas são feitas com massas de fermentação lenta e natural. É para comer com as mãos, lamber os dedos no final, beber vinhos naturais e divertir-se.

4. Fiammetta

Os princípios por trás da abertura da Fiammetta, nova mercearia-garrafeira-cafetaria italiana em Campo de Ourique, são bem nobres: mostrar aos portugueses que a cozinha de Itália não é apenas feita de massas, pizzas e risotos e ensinar a usar produtos italianos em receitas simples para replicar em casa. Se quer aprender a usar a oferta da Fiammetta, antes de encher os sacos de compras, sente-se à mesa e peça uma tábua Fiammetta com vários queijos e enchidos, peça um crostino di mozzarella di bufala e ‘ndduja – uma pasta de chouriço picante da Calabria – ou um dos panini, como a sanduíche de speck de Trento, com queijo brie e rúcula.

5. Buonapizza

As pizzas são todas feitas em forno de lenha e há muita variedade. Afinal, o Buonapizza é a casa das pizzas parziale, que combinam uma pizza e um calzone num só. Nestas, há escolhas como a Diavola (10,90€), a Hawai (10,50€), a Della Terra (11€), com presunto, fiambre, parmesão, mozarela fior di latte e molho de tomate San Marzano ou a Gamberi (13,50€). A provar há ainda os risotos, al ragu e funghi (8,95€) ou o risoto gamberi (14€). Nas pastas, o tagliatelle salmone (10€) ou o spaghetti vegetariano (8,25€) são outras das apostas e pode terminar com uma panna cotta de frutos vermelhos (4,50€), feita na casa. Se preferir, os gelados da Buonapizza são da Nannarella.

6. Altar

O espaço é simples, a decoração minimalista, contrastante com a carta, que teve o contributo do pizzaiolo Roberto Mezzepelle. Ali, espera-o uma viagem gastronómica diversificada, que vai desde as tapas portuguesas, como os camarões à Bulhão Pato com tostas de alho (15€) ou a salada de polvo (15€), até às iguarias como o carpaccio de salmão (13€) ou de novilho (13€), a burrata com presunto (13€) ou as pizzas artesanais de massa maturada como a margherita (9€) ou a Itália (14€).

7. Mano a Mano

Na cozinha aberta para a sala há dois fornos a lenha: um para pizzas napolitanas, de massa alta feita a 500 graus, outro para romanas, finas e crocantes, a 300 graus. Lado a lado, mano a mano. Na carta, as pizzas estão todas disponíveis em ambas as versões. Se precisar de indicações, a Margherita DOP deve ser napolitana, a de figos e prosciutto de Parma (disponível na época) fica mesmo bem à romana. Mas o Mano a Mano é mais do que uma pizzaria. Também lá estão as massas e toda uma carta italiana para todos os dias, da burrata sobre geleia de pimentos vermelhos com anchovas, aos capelli recheados com cogumelos porcini e trufas negras ou ao risotto falso com tomate, burrata e manjericão.

8. Forno D'Oro

Tanka Sapkota é das figuras mais improváveis da restauração lisboeta. Basta dizer que é nepalês, especialista em comida italiana, cuja arte aprendeu na Alemanha e pratica em Portugal. Depois de ter feito o restaurante Come Prima, na Estrela, Tanka decidiu abrir uma autêntica catedral dedicada ao culto da pizza. Na carta, além das entradas e dos pratos de carne e de pasta italiana, as pizzas são as rainhas e há muitas opções em conta. Da ricotta salami funghi (12,50€) à burrata e foglia d'Oro (36€). E sim, foglia d'Oro é exactamente isso, folha de ouro.

9. daLuca

O chef Luca Salvadori, responsável pelo covil da Madragoa (o Il Covo, presença forte no guia de restaurantes da Time Out), abriu uma ristoria pizzorante. Há dois tipos de pizza, e escolhendo a cobertura é só decidir se prefere a padellino, de Turim, uma pizza mais alta e mais grossa, muito fofa no meio, feita numa panela pequenina, ou as verdadeiras napolitanas. Para fugir à pizza, há pastas frescas feitas diariamente, pratos de carne e de peixe.

10. Caffè di Marzano

Os donos da pizzaria Valdo Gatti abriram o Caffè di Marzano no Largo Rafael Bordalo Pinheiro. É um café, vinoteca e vermuteria, onde juntaram os pequenos-almoços nova-iorquinos às influências italianas para todo o dia. Uma espécie de Little Italy que vai mudando as propostas gastronómicas e o próprio ambiente ao longo do dia: de manhã encontra ovos Benedict, panquecas, paninis e uma selecção matinal de sumos prensados a frio. À noite o ambiente muda completamente e entram as tábuas de queijos, enchidos ou legumes e as pizzetas e pratos de massa fresca que se estreiam ao almoço, continuam até ao fecho, sempre bem regadas com vermutes e vinhos biológicos.

11. Visconti

Luchino Visconti é o realizador favorito de Guy-David Gharbi, dono do restaurante Legaaal, no Bairro Alto, do Bohemian Beach Club, na praia da Cabana do Pescador, na Costa da Caparica, e um dos sócios deste italiano. A coincidência, que até esta aventura começar o empresário não sabia, é que Visconti era também o apelido da maior paixão de Bordalo Pinheiro, Maria Visconti. Curiosidades à parte, tudo bate certo no Visconti, o restaurante que mantém as arcadas em pedra e os grandes janelões virados para o largo com o mesmo nome do pintor, e que aposta numa decoração confortável, com muitos sofás, recortes do jornal A Paródia e espelhos vistosos.

12. In Bocca al Lupo

A massa das pizzas da In Bocca al Lupo, no Príncipe Real, é fina e estaladiça e aparece no menu coberta de combinações clássicas feitas com bons produtos e outras mais fora da caixa mas sempre bem esgalhadas, da mozzarella biológica à muxama. Há também várias opções vegan e vegetarianas, como a de abóbora assada com amêndoas. Nesta pizzaria, de ambiente tranquilo e boa para ir em família, trabalha-se apenas com fornecedores orgânicos, portugueses e italianos, e se pedir atempadamente (até às 18.00 do própria dia) a massa da pizza pode até ser sem glúten.

13. Bella Ciao

Era uma pequena trattoria ao pé do metro da Baixa-Chiado, com toalhas aos quadrados vermelhos e brancos e mesas corridas. No final de 2017 mudou-se para um sítio maior, também na Baixa, mas nem por isso perdeu a autenticidade. Na cozinha mantém-se o propósito: massas al dente frescas e caseiras, como o spaghetti carbonara (12,50€) e o bucatini all’amatriciana (11€), os gnocchi alla sorrentina (13€) ou as almôndegas, sempre em doses generosas. Tem duas sobremesas absolutamente obrigatórias: o tiramisú (5€) e a mousse de Nutella (4,50€).

14. Valdo Gatti

Difícil é não querer pôr os pés nesta casa mais do que uma vez por semana. A Valdo Gatti é uma pizzaria biológica no meio do Bairro Alto – sim, já não são só copos para estes lados – com uma carta de 12 pizzas polvilhadas com produtos nacionais naturais e italianos DOP. A massa das pizzas, feita pelo pizzaiolo António Menghi com farinha semi-integral, fica 48 horas numa câmara de fermentação antes de ir para o forno de lenha. Para acompanhar há sumos prensados a frio e o vinho da casa, também ele biológico.

15. Casanostra

A clientela do mundo da política ou das artes ajudou a torná-lo num ícone mas, no final de contas, é a vera cucina italiana que se serve aqui que merece todos os títulos, começando pela burrata (10€) que vem de Andria e é servida com lâminas de trufa na época dela. Nos pratos há todos os clássicos, como o rotolo di ricotta e spinachi (11,50€), a lasanha de carne (13€), o spaggheti alla carbonara (10€) com um toque de alecrim picante, nos segundos pratos há pratos de peixe e de carne, onde está o ossobuco alla milanese (17€).

16. Casanova

Acenda a lâmpada vermelha para pedir as pizzas de massa fina e estaladiça, feitas em forno de lenha. Se a espera for grande, quando chegar às mesas corridas não se contenha e peça também os arancini tradicionais da Sicília, recheados com risoto de açafrão e, bem no centro, carne picada e mozarela. Um bom aperitivo. Isso e o prossecco com cremolato, boa bebida para todas as estações.

17. Zero Zero

É usual ouvir falar da ZeroZero pelas boas pizzas feitas em forno de lenha com produtos de qualidade, as tábuas de queijos e enchidos italianos para as petiscadas de fim de tarde, os cocktails também eles incríveis e, podendo, é juntar a esta equação a esplanada com buganvílias, coisa que mais parece um jardim, tanto no restaurante do Príncipe Real como no do Parque das Nações, que tem risotos no menu. O tempo de espera na fila vale a pena, acredite, e pode em ir sem medos numa romaria em família.

18. Forneria

Uma das vantagens de ter cozinhas abertas é poder assistir ao espectáculo da preparação, neste caso da montagem das pizzas antes de irem parar ao grande forno da Forneria. Este italiano do Parque das Nações é famoso pela massa ao estilo romano que fica a fermentar durante 48 horas e aqui não faltam as clássicas parmigiana (9,50€) e prosciutto (10€), que não desiludem nunca, mas se quiser elevar a fasquia vire a página para as pizzas gourmet onde encontra uma pizza spek (13€) e a de presunto pata negra Joselito (19€). As opções estendem-se para os risotos e para as pastas com massa fresca.

19. Il Matriciano

As doses do Il Matriciano, que deve o nome à famosa maneira de fazer massa alla matriciana, estão pensadas para fazer uma verdadeira refeição italiana: começar com os antipasti e seguir depois para os primi e secondi e não sair sem os dolci. As pastas frescas são confeccionadas na casa e tudo como manda a regra, mas o menu não é estanque e volta e meia há pratos novos com produtos sazonais.

20. Il Mercato

O chef nepalês mais italiano de Lisboa, Tanka Sapkota, quis que o Il Mercato fosse mais do que um restaurante italiano- Deve o nome à parte de mercearia, onde tem uma selecção de produtos de charcutaria e queijos para escolher e comer numa das mesas do lado ou levar para casa. Há aqui máquinas artesanais onde se produzem vários tipos de massa fresca para provar no restaurante em receitas do dia ou da carta mas também para take-away – nesse caso, antes de se armar em chef, tome atenção ao tempo de cozedura ideal e aos molhos e acompanhamentos recomendados.

21. La Finestra

Não chama por aí além às atenções, a decoração é hiper colorida e costuma ter uma boa dose de jantares de grupo. Mas o irmão do meio da família do Lucca, em Alvalade, e do Tavola Calda, em Algés, tem pizzas de massa fina e estaladiça e dezenas de combinações vencedoras diferentes. Há, até, algumas secretas (estatuto que se estende às sobremesas, onde há uma panacotta com nutella), como a de quatro queijos (gorgonzola, fontina, asiago e mozzarella) com salame picante. Se estiver indeciso, tem sempre aquele pedido especial imbatível em que pode pedir metade de uma e metade de outra.

22. Lambrettazzurra Pizzeria

Há uns bons anos, Humberto, o brasileiro dono desta Lambrettazzurra Pizzeria, deixou o negócio dos biquínis que o tornou famoso na vila de Cascais e resolveu ir estudar para Nápoles para ser um pizzaiolo a sério. No regresso aplicou tudo o que sabe neste restaurante e serve agora pizzas napolitanas excelentes, como a jóia da coroa La Pulcinella (, com cogumelos porcini, tomate seco, pasta de trufa branca, queijo taleggio, queijo pecorino e azeite. De tempos a tempos vai fazendo novas combinações com ingredientes italianos que importa.

23. Pasta Non Basta - Alvalade

Este vero restaurante italiano que nos mostrou que pasta non basta começou a produzir a sua própria massa fresca, como o pappaderlle, ravioli, gnocco e fettucine, para aumentar a sensação da comida caseira e de conforto (e pode pedir para levar para casa). No menu há bruschettas com burrata ou anchovas (a partir de 7€), a bolonhesa é servida com papardelle (9€) e há um bom troffie al pesto (12€). Vale a pena voltar sempre à lasanha ou espreitar a lista de pizzas e, nas sobremesas, tomar a díficil decisão de escolher ou tiramisú, servido de um tabuleiro à mesa, ou mousse de nutella.

24. Osteria

Esta cucina de amici, como lhe chama Chiara Ferro, a cozinheira italiana de mão cheia à frente deste restaurante, é o equivalente à nossa tasca portuguesa – em vez de camisolas de clubes, há posters italianos, as cadeiras são como as antigas de escola, é apertadinho mas nem por isso menos confortável. A comida é italiana genuína, da focaccia e lulas fritas à moda de Roma para entrada aos pratos de pasta fresca, como o ragu de bolonhesa e a de pesto de beterraba (que convence até aqueles que não gostam do sabor a terra) aos cremosos risotos. A lasanha de pão siciliano, na versão vegetariana ou de carne com pancetta, e as almôndegas também são aqui servidas, qual comfort food italiana.

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